Nevados de Chillán, incrível!!!

Tudo começou quando tínhamos reservado para ir para o Vale Nevado em Santiago do Chile e três dias antes do nosso voo recebemos a notícia de que nossa reserva estava cancelada por falta de neve. Como assim faltar neve em pleno inverno????? Ficamos desesperadas, pois estávamos com tudo pronto, passagens aéreas compradas e o pior: as férias marcadas no trabalho, as quais não tinham como alterar. Daí pensamos: e agora? Bom, foi aí que ficamos sabendo que mais ao Sul do Chile já estava nevando e poderíamos no aventurar por lá. Tivemos que, em algumas horas, refazer todo o planejamento que já estava pronto há meses, mas que no final foi muito melhor do que o planejado! Foi incrível!!! Foram 4 dias muito bem aproveitados.

Chegamos em Santiago do Chile e pegamos um ônibus leito que nos levou para Nevados de Chillán. Saímos numa viagem noturna que durou cerca de 6 horas (cerca de 470 km de Santiago) e chegamos bem cedinho aos pés da montanha, na cidade de Chillán. Para subir a montanha, tivemos que pegar um táxi, pois como não tínhamos nada reservado, e estava chovendo bastante e um frio danado, optamos pelo conforto. Poderíamos ter pego um ônibus, que seria infinitamente mais barato, pois o táxi nos custou 120 dólares. Dica: nem todos os motoristas se aventuram a subir a montanha, pois a estrada fica bem escorregadia e dificulta carros comuns de subirem.

Não ficamos em hotel, pois já estavam lotados e o valor era bem maior do que nosso planejamento permitia gastar, então tivemos a sorte de encontrar através do booking.com, um condomínio de apartamentos que ficam a 400 metros da estação. Ficamos muito bem instalados por um custo muito menor.

Condomínio que nos hospedamos

Quem tiver condições e preferir o conforto de um hotel, o complexo possui basicamente dois hotéis: Hotel Nevados e o Hotel Alto Nevados. A localização é excelente pois ficam na base da montanha. Uma dica: caso optem por ficar em apartamentos, como nós ficamos, levem coisas para fazer comida, pois as únicas opções para comer por lá, ou são os restaurantes dos hotéis (são bem caros) ou as lanchonetes da estação de esqui (as quais só funcionam de dia).

Vista de um dos hotéis

Tem um mini mercado por lá, mas estava fechado quando fomos, então tivemos que fazer as refeições no hotel, pois não tínhamos onde comprar nada para fazer. No almoço comíamos um lanche nas lanchonetes dos pontos de esqui e à noite jantávamos no hotel. As refeições do hotel são bem completas, vale a pena caso não levem coisas para fazer, ou até mesmo se quiserem um jantar num local diferente.

Restaurante do hotel

Quem estiver de carro, há também uma opção bem mais barata, que é ficar no vilarejo de Las Trancas, que fica 8 km abaixo do centro de esqui. Lá tem mais opções de restaurantes e de hotéis por um custo bem menor. Se não estiverem de carro, tem um ônibus com horários limitados que levam até o centro de esqui.

Agora fala sério!!! Acordar às 9 da manhã com essa vista é demais né!!!

Amanhecer visto da janela do apartamento

Bom, falando da nossa experiência, no primeiro dia também por falta de neve, a parte de cima da montanha ainda estava fechada, então nos distraímos na parte mais fácil da montanha. A estrutura é relativamente simples, os lifts são pequenos e alguns lentos, apesar de existirem alguns aparentemente mais novos. Você pode acessar pistas boas tanto com cadeira como T-bar (arraste).

Lift de cadeiras

Lift T-bar (arraste)

Falando um pouco da estação de esqui: está localizada a 1.650 metros sobre o nível do mar e a geografia de Nevados de Chillán oferece, em uma área de 35 km um desnível vertical de 1.100 metros: snowpark, half pipe, quarter pipe, fun box e jump. Se pode praticar em Nevados de Chillán diferentes modalidades de esqui.

O orgulho da estação é a pista Las tres Marías, com 13 km de longitude (é a primeira em longitude da América do Sul). Através desta pista você penetra nos incríveis bosques nativos entre as milenares árvores e neve virgem. Não é o nosso caso, pois somos principiantes, então não nos arriscamos.

As amplas ladeiras mostram uma fascinante vista da Cordilheira dos Andes, onde se pode também levar vocês ao cume do vulcão Chillán e surpreender-se com a beleza do glacial Nevado.

Bom, voltando a nossa viagem, no dia seguinte abriram as partes mais altas, pois nevou a noite toda e o cenário mudou completamente. Pegamos um ônibus vermelho, que é todo aberto e faz e “sobe e desce” o dia todo para levar as pessoas ao nível intermediário da pista, onde começa a subir também a adrenalina.

Ônibus que leva montanha acima

Chegando lá em cima ficamos deslumbradas com a paisagem, isso porque ainda estávamos na metade da montanha. Lá tem uma lanchonete bacana, onde dá para ficar na parte externa, tomando uma cerveja e só apreciando o vai e vem dos esquiadores. Tudo muito bem estruturado.

Lanchonete

Vista que temos da sacada da lanchonete

Essa parte intermediária da montanha é sensacional, pois o T-bar (arraste) que nos leva ao topo da descida é bem tranquilo e mais rápido, o que deixa mais legal a brincadeira. A parte de aluguel de esquis é muito bem estruturada e o atendimento bem bacana. Para quem já curte esse esporte sabe que não é muito barato. Paga-se por dia para utilizar as pistas e alugar os equipamentos. É possível fazer alguns pacotes também, que tem um desconto bem interessante. Para os que não sabem esquiar e pretendem aprender para aproveitar mais o lugar, existem profissionais treinados que ajudar vocês aprenderem os primeiros passos no esqui.

Vista da pista intermediária de baixo para cima

Vista da pista intermediária de cima para baixo

A próxima parte seria subir ao nível mais elevado da montanha, o que se sobe por um teleférico imenso. A vista da subida é estonteante!!!

Teleféricos que levam a vista superior

Vista do alto do teleférico

Fomos subindo, subindo e subindo……não parávamos mais de subir, estava ficando cada vez mais alto, e lá embaixo tudo pequenininho… enfim chegamos e foi aí que o frio na barriga aumentou!!!! Mas apesar do medo, que surpresa, que vista maravilhosa, aquela imensidão de natureza, paisagem que melhor retrata a beleza do inverno na viagem inteira, tudo coberto por neve, o sol iluminando entre as montanhas, foi sensacional! Mas chegou a hora e descer e o único jeito era de esqui né? Foi aí que começou a parte radical da viagem, fomos indo devagar, e quando houve uma pontinha de segurança me soltei a esquiar e descer a pista mais larga (dado que não tinha perigo de cair, pistas estreitas uma falha pode ser fatal), e então fui descendo com velocidade até capotar e sair rolando loucamente na neve, esqui para um lado, luva para outro foi uma loucura. Depois, quando vimos que não machucou caímos na risada rsrsrs, continuamos descendo e claro que houveram novas tentativas, criando assim cada vez mais experiência o que no proporcionou a aproveitar cada vez mais a viagem!!!! Passado o susto, tínhamos que parar no meio da neve para brincar né, pois no alto a neve é muito mais fofinha, limpinha e a gente volta a ser criança sem perceber!! Depois, continuamos descendo  com bastante cautela e aproveitando a pista! Foi uma experiência incrível!!! Recomendamos sempre explorar tudo que o lugar tem a oferecer, pois são as partes mais escondidas e difíceis de chegar que valem mais a pena!!! A dica então é: desafie-se!!

Vista do topo da montanha

Vista do topo da montanha

Como tivemos somente um dia de nevasca e no dia seguinte o sol voltou a brilhar conseguimos subir no topo somente uma vez, pois com a neve derretendo e o vento incessante, fica perigoso e fecharam novamente.

Na parte de baixo, onde ficam os principiantes, há também motos de neve e trenós para realizar diversas travessias em trilhas com paisagens estupendas. Fizemos esse passeio e foi bem legal, super recomendamos.

Além das atividades de neve, você pode usufruir de piscinas termais que ficam também na base do centro de esqui.

Visto que não somos esquiadoras profissionais, nos divertimos bastante mesmo com menos neve do que o esperado. Recomendamos com certeza, vale muito a pena, tanto para quem esquia como para amadoras no esporte como nós.

Esse post faz parte de uma blogagem coletiva no qual falamos sobre nossas experiências em lugares incríveis ao redor do mundo. Os posts de hoje são sobre lugares para conhecer e se divertir na neve. Blogueiras:

Manchester, USA com a Manu do blog: manunomundo.com

Cajón del Maipo e o Embalse El Yeso, Chile com a Aninha do Blog: aninhaporai.com.br

Booking.com

Escrito com carinho por
vivendoavida